Especialistas falam sobre a influência da mídia na vida das crianças


A mídia oferece informações que muitas vezes pode impor valores não compatíveis com os princípios da família.
Boy playing computer gamesUma história que tem mexido com as emoções das pessoas, é o caso recente em que o adolescente Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, de 13 anos, matou alguns dos familiares, inclusive seus pais, e cometeu suicídio em seguida. O fato ocorreu nesse domingo (4), em São Paulo.
O menino utilizava no seu perfil do Facebooka imagem do protagonista da série de videogames chamada Assassin’sCreed. No jogo, que se passa durante o Renascimento, o personagem faz parte de uma seita de assassinos e pretende vingar a morte de seus familiares.
Para Igor Cicarini, que já chegou a desenhar o Homem Aranha para “Marvel Comics” e que, hoje, viaja pelo Brasil para palestrar sobre os impactos da mídia, crianças e adolescentes têm sido constantemente influenciados por ela. “O público infantil, inserido neste mundo globalizado, vem sendo bombardeado por milhares de informações e tendo acesso a muitos personagens de variados estilos e valores, que de certa forma exercem uma influência sobre ele, que os pais não conseguem mensurar. E, casos como este, ocorrido em São Paulo, vêm confirmar o quanto é necessário que os pais estejam em estado de alerta; instruindo os filhos sobre o que convém ou não que eles tenham acesso”, destacou.
Também o pastor Washington de Sá, do Ministério Salve sua Família, afirma que os pais têm uma responsabilidade muito grande em conduzir os filhos, desde pequenos, em segurança e bons caminhos, pois o que o que a criança vê e ouve produz impressões profundas em sua mente que nenhuma circunstância durante sua vida poderá apagar completamente. “Atos repetidos tornam-se hábitos. Uma vez formados, os hábitos tornam-se cada vez mais arraigados no caráter. O que uma vez nos aventuramos a fazer, somos mais aptos para fazer novamente”, afirmou.
Segundo Washington, muitos são os pais que, por pensarem que crianças não entendem nada, são negligentes quanto à formação de bons hábitos no que se refere ao acompanhamento e desenvolvimento intelectual, social, comportamental, religioso e sexual. Estão ocupados demais empenhados em grandes conquistas, para deixar um mundo melhor para seus filhos, em vez de deixar filhos melhores para este mundo. “Se os filhos não são ensinados na primeira infância de forma perseverante e paciente no caminho direito, certamente formarão maus hábitos, e estes se desenvolverão ao longo de sua vida. A cada ano que passa, os pais têm se ausentado mais de suas responsabilidades no cuidado diário do ensino. O ensino que deveria ser passado de pai para filho, de geração a geração, hoje, tem sido substituído pelo ensino da TV, da internet, das músicas, do vídeo game entre outros. O tempo que nossas crianças passam hoje em frente da TV aponta para um CAOS social desta geração, num futuro próximo, em que os pais colherão os frutos da negligência, ausência e permissividade”, alertou.
criancas-televisao-publicidade-20120420-01-size-598O pastor também ressalta que o comportamento de uma criança é baseado no meio em que ela é exposta, ou seja, ela imitará gestos de pessoas com as quais convive. Se a televisão também faz parte desse meio social, ela começará a reproduzir o comportamento das pessoas da televisão.
“Como confirmado pelos psicólogos, as crianças menores de sete anos, por natureza, não conseguem distinguir realidade de fantasia. A televisão como vendedora de ilusão exerce uma influência e um domínio covarde sobre os pequeninos. A mídia tem formado seres humanos mecanizados, desagregados de conceitos familiares, insensíveis, desumanizados, viciados, isolados do convívio social e contato humano, capaz de formar nestes indivíduos, uma imitação da ilusão vendida pela TV. Ela também tem colocado na mente das pessoas uma condição de imitação e escravidão passiva; em que as mulheres seminuas existem para servir cerveja aos homens; em que os princípios de família e conduta sexual são desmoralizados; e em que a violência é sempre o “super star‘’, afinal de contas, sem emoção não tem audiência e o que realmente importa é o mercantilismo”, ressaltou.
Para o pastor, os resultados estão por aí na sociedade. Crianças cada vez mais violentas, desafeiçoadas, desrespeitadoras, sem limites, sem amor, sem Deus. Mentes vazias, passivas, nulas de pensamentos, buscando desenfreadamente suprir na violência, no sexo, nas drogas, a falta de atividade mental. São mentes treinadas para inatividade, em que a velocidade das imagens, dos sons e das cores conduz suas funções em uma cadeia pré-estabelecida.
“Afinal de contas, serão quase todos como marionetes, calados, satisfeitos, submissos, passivos, vivendo e morrendo sem incomodar os “interesses alheios’’. Acostumados com a miséria, com a violência, com a desonestidade, com o isolamento, esperando em silêncio, a ‘morte chegar’”, concluiu.
Fotos: Internet
:: Cristiane Soares